da vontade repentina de dizer tudo que eu odeio!
eu odeio quem finge ser feliz.
eu odeio espírito de velho. [quero viver pra sempre, e isso só morrendo ainda criança]
eu odeio quem comercia a alma. [e perde o gosto do que faz todos os dias]
eu odeio ouvir crianças dizendo 'eu odeio ler'. [desacredita o mundo.]
e eu odeio os mestres que não odeiam isso. [desacredita a vida.] ['e há que se cuidar do broto, pra que a vida nos dê flor e fruto']
eu odeio ser paga. [ofereço instrução gratuita aos que sabem menos. e aceito a dos demais.]
eu odeio ser paga. [ofereço meus acordes aos que se dispuserem a ouvir. e aceito os demais.]
eu odeio quem não gosta de cachorro.
ou de Milton Nascimento.
eu odeio o interesse. e o desinteresse.
eu odeio quem prende, quem se prende, quem prende o outro, quem prende a mente, quem prende as correntes, quem prende o sentido.
eu odeio os sonhos. [aqueles que não vem nunca.]
sobretudo, eu odeio
esse ódio que me faz odiar. inchar
e chorar vermelho.
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