segunda-feira, 8 de junho de 2009

"Eles sabem porquê..."

"O último, complexo, honesto e genuíno amar sem precisar da dor."

Essa talvez seja a melhor definição das minhas últimas 3 semanas, exatamente 25 dias vivendo o irreal. A junção perfeita de todos os tipos de agrados, sem nem sequer um defeito, ou que podem estar simplesmente escondidos por trás dos absurdos acertos, minimamente não calculados. (Vai ver você é realmente só metade isso tudo e a outra metade normal mesmo, quem sabe daqui há dois meses eu não descubra?)

Sair da sua cama às 5:30 todo dia; chorar de rir das bobeiras mais idiotas; ouvir sobre projetos, Parmênides, citações de Jesus Cristo, Merlau-Ponty, fenomenologia, iluminando as manhãs frias do ich; a pronúncia retroflexa alveolar vozeada do R, típica do dialeto caipira, que escapa de leve entre um "porque" e outro; comer macarrão, brigadeiro, tortinha, dogão do felipão, coxinha da pipita e ahhh! fanta laranja!; ouvir 7 cordas finamente tocadas e um timbre gravemente hipnotizante; noites perfeitas que começam com um desmaio e terminam com outro, "samba e amor até mais tarde", "muito sono de manhã"; dias perfeitos que começam com noites especiais, "a nossa cama reclama no nosso eterno espreguiçar", e terminam com as mais sinceras declarações e com os mais íntimos elogios (ou com as mais íntimas declarações e com os mais sinceros elogios, também serve...); borboletas (?) e all stars azuis; os muitos blacks e greens; "livro, música e Chico"; o "desenho" mais transcedental; o sorriso torto e o cavanhaque mais bonitos e uma injeção diária de um sentimento que a felicidade desconhece.

Dias como o de ontem e noites como a de hoje vêm selando essa cumplicidade baseada em (muita) afinidade e desejo, e, juntos, todos explodem numa alegria fora do controle, de forma não invejável somente porque raros são os que têm alguma mísera idéia e são, então, capazes de perceber ou emitir qualquer sentimento.

No mais, pra que céu?

"O ar que trouxe tarde pr'aqui dentro frio
E o guardanapo sujo que foi muito amassado
O som que encheu o quarto vindo do seu riso
E a água que deixou o seu rosto molhado

Eles sabem porquê..."

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